Quando você vê essa foto não vem à cabeça a pergunta: será que a Deputada Federal Júlia Zanatta (PL-SC) trabalha para a Indústria de Armas dos EUA?
Pois é, tudo leva a crer que sim. Veja a sequência de fatos abaixo.
Em 2016 Eduardo, o filho 03 de Jair Bolsonaro, foi conhecer a NRA (National Rifle Association), uma organização civil da extrema-direita norte-americana que atua em favor da venda de armas, para aprender as estratégias de marketing, networking e lobby no Brasil.
Em 2018, Júlia Zanatta ganhou holofotes após o suposto esfaqueamento do então candidato Jair Bolsonaro. Júlia Zanatta é Porta Voz do Clube de Tiro .38, de propriedade de Tony Eduardo, seu ex-namorado. Matéria do site SEEING RED (clique para ler) a coloca como elo da extrema-direita norte-americana e o Clube de Tiro .38. Adélio Bispo – que teria atentado contra o então candidato – tinha frequentado o Clube de Tiro .38. A Porta-Voz disse à imprensa que Adélio e Carlos Bolsonaro não se conheceram no clube, e que Adélio teria concluído o curso de um dia oferecido por um de seus instrutores. O instrutor que teria treinado Adélio nunca foi entrevistado nem ouvido pela polícia.
Em junho de 2020, segundo o site SEEING RED (clique para acessar), Eduardo Bolsonaro fundou a PROARMAS (clique para acessar), com apoio da NRA, organização que pretende “recuperar a liberdade que nos foi roubada”, cuja responsabilidade oficial é de Marcos Zborowski Pollon, advogado autointitulado pró Deus, pró Vida e pró Armas.
Em 2023, com a eleição presidencial perdida, um documentário produzido pela VICE NEWS (clique para assistir) explorou a conexão do PROARMAS com a tentativa de golpe em 08 de janeiro. Alguns nomes ligados ao armamentismo no Brasil participaram dos ataques terroristas ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, entre eles:
Samurai Caçador financiado pelo PROARMAS, ativista e candidato derrotado a Deputado Estadual por São Paulo, investigado pela PF por participação nos atos terroristas;
O caminhoneiro Eloir Dedonatti, conhecido como “Padre do Bolsonaro”, também investigado pela PF por participação nos atos terroristas;
Por fim George Washington, acusado de colocar explosivos em um caminhão-tanque em Brasília, que está preso.
A ligação entre a NRA e Eduardo Bolsonaro foi feita por dois brasileiros que o conduziram à sede da NRA: um conhecido garoto propaganda da indústria americana de armas e amigo pessoal dos Bolsonaro, o ex-lutador de jiu-jítsu Royce Gracie, membro da NRA, e Tony Eduardo, catarinense proprietário do Clube de Tiro .38 e instrutor da 88 Tactical, empresa situada em Nebraska, EUA, que ostenta símbolos nazistas.
A logomarca do Tactical se assemelha ao brasão do partido nazista, a águia adornada pela suástica. E o 88 é empregado por neonazistas como referência à saudação “Heil Hitler”, HH. O fonema H é o oitavo do alfabeto. Veja a matéria no site da UOL: “Irmãos Bolsonaro praticam tiro em clube acusado de usar sinais nazistas”.
Julia Zanatta é seguidora de Olavo de Carvalho e costuma rotular pessoas de esquerda como comunistas. A matéria do site SEEING RED NEBRASKA (clique para ler – em inglês) noticia que “Em maio de 2019, Zanatta mentiu duas vezes para um jornalista de rádio de sua cidade natal no sul do Brasil ao dizer que o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, nunca havia se encontrado pessoalmente com Olavo de Carvalho antes do início daquele ano. Ela também escondeu a informação de que Steve Bannon visitou a casa de Olavo em Petersburg, na Virgínia, enquanto ela e Eduardo Bolsonaro frequentavam o mesmo local por pelo menos uma semana em janeiro de 2019.”
Depois de se encontrar com Bolsonaro nos EUA, conforme noticia O Globo, quando esteve em 4 de março na Conferência de Ação Política Conservadora (segundo ela a convite do “amigo” e deputado federal Eduardo Bolsonaro), Júlia Zanatta postou em suas Redes Sociais essa foto empunhando uma arma; sua camiseta continha a inscrição, em inglês, COME AND TAKE IT (venha pegar, em tradução livre). E, como de costume, usa uma coroa de flores na cabeça. Coroa de flores denota poder, autoridade, liderança. Foi um símbolo muito usado por mulheres alemãs durante o nazismo, como se pode ver nas imagens ao lado.
O ativismo pró-armas da deputada é sua principal bandeira política. Resta saber se sua campanha foi financiada pelas empresas cujos interesses são óbvios no Brasil.
O Movimento Humaniza SC lançou uma campanha pela cassação do mandato da deputada pelo crime de incitação à violência, ameaça ao Presidente Lula e pela propaganda de armas indiscriminada que atinge inclusive crianças e adolescentes. A imagem com a mão com quatro dedos perfurada com três tiros é uma afronta à justiça, ao decoro parlamentar e à civilidade.
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